segunda-feira, 28 de maio de 2012

Combate à Venda Ilegal de Medicamentos



O Ministério da Saúde encomendou um levantamento a uma empresa da área digital que detectou o uso criminoso de logotipos oficiais por empresas que operam no mercado de venda ilegal de medicamentos, de inibidores de apetites, de esteroides anabolizantes, de abortivos e de receita azul pela internet. O levantamento durou um ano e foi intitulado “Fiscalização digital: ameaças à saúde coletiva na internet”.


Na internet, os criminosos usam símbolos e logotipos de serviços e produtos do Ministério da Saúde e enganam os consumidores com anúncios de que os medicamentos têm o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Até um perfil falso do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi descoberto no Twitter.


Foram contabilizadas a existência de 1,2 mil sites ilegais, dos mais variados. De medicamentos abortivos, em especial Cytotec, foram identificados 359 sites (30% do total); de inibidores de apetite, 382 (32%); de esteroides anabolizantes, 258 (22%); de fitoterápicos, 159 (13%); e de venda de receita azul, 41 sites (3%).


No caso do abortivo, a empresa contratada para fazer essa varredura na internet chega a calcular que o gasto com internações por problemas decorridos do uso do Cytotec chega a R$ 13,4 milhões por ano. O faturamento ilegal com anabolizantes, no período de um ano da aferição, foi estimado em R$ 153 milhões. Com anorexígenos, o mercado ilegal faturaria R$ 82,4 milhões.


Segundo o estudo, os sites vendem ilusões, além de produtos não regulamentados e geradores de problemas de saúde. O trabalho concluiu que há, nas redes sociais, “drogarias on-line”, com práticas criminosas. “O físico e o virtual se misturam: consultas médicas são feitas on-line, medicamentos falsificados são comprados pela internet e enviados para endereços reais. A ‘farmácia’ que vende produtos controlados sem receita está na rede”, diz as conclusões do trabalho. “A internet é uma válvula de escape: é o canal de comunicação entre o indivíduo e a rede criminosa que permite o anonimato.


A indústria de medicamentos falsificados é fomentada pela busca por medicamentos proibidos, pela falta de fiscalização na internet, pelos preços abaixo do mercado regular, e pela desinformação da população”. Os autores concluíram que parte dos problemas de saúde pública do Brasil está, de alguma maneira, associada à internet: abortos ilegais, compra de medicamentos falsificados, intoxicação por medicamentos falsificados e desenvolvimento de doenças devido à ingestão de medicamentos sem acompanhamento médico.


O trabalho monitorou as principais marcas do Ministério da Saúde, como UPA, Farmácia Popular, Saúde da Família, SUS e Samu.


(com informações do jornal O Globo)
Fonte: http://www.crfsc.org.br/nv/index.php?option=com_content&view=article&id=1275:combate-a-venda-ilegal-de-medicamentos&catid=36:noticias

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